Economia da África
A Economia da África consiste no
comércio, na indústria, e nos recursos dos povos da África. A África é o
continente mais pobre do mundo. Embora algumas partes do continente tenham
conseguido ganhos significativos nos últimos anos, dos 175 países revistos no
relatório humano de desenvolvimento de 2003 das Nações Unidas, 25 das 53 nações
africanas foram classificadas como tendo o mais baixo nível de vida entre as
nações do mundo. Isto é em parte devido a sua história turbulenta. Desde o
século XX, com a descolonização da Africa, a corrupção e o descaso das
autoridades contribuíram para empobrecer a economia da África.
Porém algumas nações alcançaram
relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que possui
sozinha 1/5 do PIB de toda a África. O principal bloco econômico é o SADC,
formado por 14 países. O atraso econômico e a ausência de uma sociedade de
consumo em larga escala, colocam o mercado africano em segundo plano no mundo
globalizado. O PIB total da África é de apenas 1% do PIB mundial e o continente
participa de apenas 2% das transações comerciais que acontecem no mundo. Cerca
de 260 dos 783 milhões de habitantes da África vivem com menos de 1 dólar ao
dia, abaixo do nível da pobreza definido pelo Banco Mundial.
A África é o continente mais
pobre do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores do vírus HIV do
planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias e o
agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas nações
alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que
possui sozinha um quinto do PIB de toda a África.
Distinguindo-se pelas elevadas
taxas de natalidade e de mortalidade e pela baixa expectativa de vida e
abrigando uma população jovem, a África caracteriza-se pelo subdesenvolvimento.
Aparecendo ao mesmo tempo como causa e conseqüência desse panorama, os setores
econômicos em que os países africanos apresentam algum destaque constituem herança
do seu passado colonial: o extrativismo e a agricultura - setores em que são
baixos os investimentos e o custo da mão-de-obra - cuja produção é destinada a
abastecer o mercado externo.
A incipiente industrialização do
continente, por sua vez, está restrita a alguns pontos do território.
Iniciou-se tardiamente, após o processo de descolonização, motivo pelo qual as
indústrias africanas levam grande desvantagem em relação ao setor industrial
altamente desenvolvido de países do Primeiro Mundo, ou mesmo de países
subdesenvolvidos, mas industrializados, como o Brasil.
A base econômica da África está
na agricultura, na criação de gado e no extrativismo mineral. A indústria é
pouco desenvolvida.
Agricultura
A agricultura é praticada de duas maneiras bem distintas: a agricultura de subsistência e a agricultura comercial, onde sobressai a plantation.
A agricultura de subsistência
ocorre quando o agricultor consegue uma produção apenas suficiente para o
sustento de si e de sua família. Na África, os principais produtos cultivados
são: mandioca, milho, batata-doce, arroz e inhame. O cultivo é feito de maneira
bem primitiva, consequentemente, sua produtividade é muito baixa.
Esse modo de plantar é muito
comum em todos os países intertropicais, nas áreas de savana e na periferia da
floresta equatorial. É conhecido também como agricultura itinerante, porque com
o uso de técnicas rudimentares o solo fica pobre, duro, sem fertilidade. Depois
que isso ocorre, o agricultor abandona a área e procura outra, deixando atrás
de si um solo esgotado para práticas agrícolas.
Na África como na América Latina,
a agricultura comercial foi introduzida pelos europeus sob a forma da
plantation. Sua finalidade é fornecer produtos tropicais para suprir as
necessidades internas e o comércio externo das metrópoles. Os produtos visavam,
e até hoje visam, às exportações; os principais são: café, cacau, chá,
cana-de-açúcar, amendoim, seringais, algodão e sisal.
A agricultura comercial ocupou as
melhores terras agrícolas e introduziu o emprego de técnicas modernas, como
sementes selecionadas, adubação, irrigação, drenagem, mecanização, etc. Tudo
isso, porém, nunca teve como objetivo as necessidades alimentares do povo.
Sempre visou só aos interesses do mercado internacional, e ao lucro dos países
exploradores. E o que é pior, o emprego da mão-de-obra nativa, com baixos
salários, além de retirar milhares de agricultores do campo, onde produziam
seus próprios alimentos, não lhes deu poder aquisitivo para comprá-los em
quantidades suficientes para manter suas famílias, geralmente numerosas.
O resultado é que muitos países africanos enfrentam uma verdadeira desorganização rural.2 Vários deles têm procurado importar alimentos básicos, outros não conseguem suprir nem as necessidades essenciais do povo. Com isso, a subnutrição e a fome têm feito milhares de vítimas no solo africano.
Nos extremos do continente, onde
o clima é mediterrâneo, cultivam-se oliveiras, trigo, cevada, uvas, figos etc.
Pecuária
Os países africanos não são
grandes criadores de gado. A criação, porém, representa um papel importante
para os habitantes. Da mesma maneira que ocorre com as áreas agrícolas, o clima
interfere muito no tipo de criação e na maneira de desenvolvê-la. De um modo
geral, quase toda a criação é feita sem cuidados especiais e apresenta baixa
produtividade.
A criação de ovinos é a
principal. Com exceção da região equatorial, muito úmida ela aparece em todas
as áreas. A República da África do Sul e a Etiópia são os maiores criadores.
O rebanho bovino é numericamente
menor, pois os desertos e a floresta úmida dificultam muito seu
desenvolvimento. As principais criações estão nas áreas mediterrâneas, nas
estepes e nas savanas. A Etiópia é o maior criador. Nos trechos áridos e
semiáridos das estepes aparece o pastoreio nômade.
Nas áreas mediterrâneas, além das
criações de ovinos e bovinos, há também caprinos, camelos e dromedários. Estes
últimos são importantíssimos meios de transporte no deserto.
Indústria
Como já foi dito, no continente
africano a indústria é bem modesta. As indústrias mais comuns são as que
transformam as matérias-primas em produtos para exportação, como por exemplo
usinas de açúcar, fábricas de óleos comestíveis, indústrias de beneficiamento
de fibras de algodão, lã, sisal, etc.
Nas últimas décadas também
começaram a aparecer indústrias com técnicas avançadas e material caro e sofisticado.
Estas, porém, invariavelmente pertencem a empresas internacionais e visam
produzir para a exportação. Instalaram-se na África pela vantagem de conseguir
minérios, mão-de-obra e energia baratos.
As grandes indústrias de base —
siderúrgicas, químicas etc. — aparecem em poucos países, como a África do Sul e
o Egito. As indústrias que visam ao consumo interno são: alimentares; têxteis,
que utilizam as fibras comuns na África, como algodão, lã e agave ou sisal; de
materiais de construção; de cigarros e outras. Os eletrodomésticos não são
muito consumidos. Uma das causas é a pequena produção e consumo de energia
elétrica.
Dos países africanos o mais
industrializado é a República da África do Sul. Apesar dos grandes recursos, os
países africanos são pouco desenvolvidos industrialmente. Isso não quer dizer
que vários deles não tenham procurado saídas para o problema. Em alguns, tem-se
tentado reduzir a importação, incentivando a industrialização de produtos
básicos. Atualmente, têm sido feitos também estudos e planejamentos com a
finalidade de evitar desperdícios de recursos. Resumindo: a África é um
continente rico, com população muito pobre.
Extrativismo mineral e energia
A África é um continente muito
rico em fontes de energia e recursos minerais. Sua exploração começou no século
XIX, principalmente com empresas norte-americanas e europeias. Tais empresas
empregam mão-de-obra nativa, modernos e caros equipamentos e exploram os
recursos minerais de quase todos os países. Atualmente, os grupos econômicos
externos ao continente dominam a exploração mineral.
Tal como ocorreu com a
agricultura, essa exploração sempre atendeu somente os interesses dos países
exploradores. Para conseguir seus objetivos, esses países aparelharam portos e
construíram ferrovias. Nunca, porém, com intenção de integrar populações ou
regiões, mas sim para ligar a zona de mineração com o porto exportador. Quase
toda a produção é exportada em esta: do bruto e se encaminha para a Europa,
Estados Unidos e Japão.
Com raras exceções, os países
africanos não possuem condições para transformar seus minérios em produtos. Não
possuem capitais para aparelhar portos, construir ferrovias, rodovias e aeroportos,
nem para comprar todos os equipamentos necessários; também não têm tecnologia
para construí-los. Além disso, não podem contar com mão-de-obra especializada
em número suficiente.
Os principais produtos minerais
são:
- minerais metálicos: manganês,
bauxita, zinco, chumbo, níquel, cobalto, ferro;
- minerais não-metálicos:
fosfatos, urânio, petróleo;
- minerais preciosos: ouro (cerca
de três quartos da produção mundial), diamantes e prata.
A África também é muito rica em
fontes de energia. O petróleo é produzido principalmente na Nigéria, na Líbia e
na Argélia. O setor hidrelétrico é rico. O continente possui um dos maiores
potenciais do mundo, explicado pela presença de grandes e médios rios, correndo
em áreas de planaltos. Apesar do grande potencial, a Africa apresenta pequena
produção de eletricidade. Como ela não pode ser exportada, sua exploração não
oferece nenhum interesse para os países exploradores.
As reservas de urânio são as
maiores do mundo, da mesma forma que sua produção. Como acontece com os outros
minerais, o urânio também é explorado por grupos econômicos estrangeiros.
Como podemos observar, a África é
um continente muito rico em recursos minerais,3 mas quando esses recursos são
transformados em riquezas, poucos são os africanos que se beneficiam. Além do
mais, os recursos estão espalhados em seu território, favorecendo os países de
maneira muito irregular.
Enviado por: Petersson Alves
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